Digressão
23 NOV | Cine-Teatro de Estarreja
30 NOV | Ateneu Artístico Vilafranquense
20 DEZ | Forum Municipal Luísa Todi


Digressão
23 NOV | Cine-Teatro de Estarreja
30 NOV | Ateneu Artístico Vilafranquense
20 DEZ | Forum Municipal Luísa Todi
Encenação – ANTÓNIO PIRES Tradução – FÁTIMA FERREIRA e LUÍS LIMA BARRETO Com – CARMEN SANTOS, LUÍS LIMA BARRETO, RAFAEL FONSECA Música – MIGUEL SÁ PESSOA Cenografia – ALEXANDRE OLIVEIRA Figurinos – LUÍS MESQUITA Desenho de luz – RUI SEABRA Desenho de som – PAULO ABELHO e MIGUEL SÁ PESSOA
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA M/12 DURAÇÃO APROXIMADA 90 minutos
AS CADEIRAS é a terceira peça de Eugène Ionesco, publicada em 1953, depois de A Cantora Careca e A Lição, sendo considerada uma das suas obras-primas e um belo exemplo do seu teatro do absurdo. A peça repousa sobre uma ambivalência desconcertante, oscilando permanentemente entre o cómico e trágico, o sonho e o pesadelo. O mestre do teatro do absurdo, para quem “o cómico é trágico e a tragédia do homem, irrisória”, via esta peça como uma “farsa trágica”.
Em Entretiens avec Ionesco (Conversas com Ionesco) de C. Bonnefoy em 1966, o dramaturgo explica que o projecto de As Cadeiras lhe apareceu a partir de uma imagem: “Tive primeiro a imagem de cadeiras, em seguida de uma pessoa trazendo a toda a velocidade cadeiras para o palco vazio. Tinha primeiro esta imagem inicial, mas não sabia nada o que isso queria dizer (…) Pensei: “ Cá está, é a ausência, é o vazio, é o nada. As cadeiras ficaram vazias porque não há ninguém” (…) O mundo não existe de verdade. O tema da peça era o nada e não o falhanço.”
Trata-se portanto de uma imagem, uma estética, a das cadeiras vazias, à qual se junta a visão da existência como de um vazio ontológico, que está na origem da peça. Não é um projecto longamente trabalhado, mas de uma escrita espontânea, a partir de uma imagem obsessiva.
Em 1987, durante uma entrevista, Ionesco resumiu os temas evocados na peça: “ obsessão da velhice, falhanço da vida e horror da morte” (Théâtre Complet d’Eugène Ionesco, Bibliothèque de La Pléiade,1991, Paris; dossier, pág. 1532). O autor volta ao carácter anedótico dos acontecimentos narrados: a intriga só tem a finalidade de representar uma situação existencial, através de uma abordagem que recorre ao não-verbal e que, consequentemente, só se pode realizar plenamente num palco, para lá do texto.
“Não há ninguém à nossa volta, ninguém no mundo, num mundo evanescente que desaparece, que deve desaparecer. Para onde passou o passado? Nada mais existe, o que quer dizer, nada mais existirá. Os dois velhos que estão em cena são eles próprios quase inexistentes. Só lá estão para manipular as cadeiras, dezenas de cadeiras, e não para exprimir o vazio ontológico, que é o verdadeiro assunto da peça. Estes dois velhos são falhados sociais e irrisórios mas entre eles há o amor. E neste mundo só há duas essencialidades: o amor e a morte. Quer dizer que o amor pode matar a morte”. Eugène Ionesco
encenação MARIA JOÃO LUÍS tradução MARIA JOÃO ROCHA AFONSO composição e direcção musical JOSÉ PEIXOTO caracterização e adereços CIDÁLIA ESPADINHA desenho de luz PEDRO DOMINGOS
com – BEATRIZ MAIA, DINIS GOMES, FILIPA MATOS ROSA, HELDER AGAPITO, JOSÉ LEITE, LEONOR WELLENKAMP CARRETAS, MÁRCIA ACRDOSO, MARIA JOÃO LUÍS, TADEU FAUSTINO e BASAREU PRATES, FILIPE GOMES, JOSÉ SILVA, RUI GORDA
e os músicos – ANA AMARAL – voz ANA CAROLINA RODRIGUES – violoncelo JOSÉ PEIXOTO – guitarra MARC PLANELLS – cítara SOFIA QUEIROZ ÔRE-IBIR – contrabaixo TIAGO SANTOS – percussão
copyright Vitorino Coragem
encenação MARIA JOÃO LUÍS música para três contrabaixos JOSÉ PEIXOTO com MARIA JOÃO LUÍS e os músicos MIGUEL LEIRIA PEREIRA, SOFIA PIRES, SOFIA QUEIROZ ÔRE-IBIR cenografia JOSÉ CARRETAS desenho de luz PEDRO DOMINGOS
produção RITA COSTA assistência de encenação e design gráfico CLARISSE RICARDO pintura do cartaz SOLEDAD LAGRUTA fotografia de cena VITORINO CORAGEM assistência de produção FILIPE GOMES direcção de produção PEDRO DOMINGOS M/12
7 a 16 de Junho de 2019 – Teatro Cinema de Ponte de Sor
Ponte de Sor de 7 a 16 de Junho
Alter do Chão 21 de Junho
Lisboa, Teatro do Bairro de 25 a 30 de Junho
Fotos Vitorino Coragem